quinta-feira, 7 de agosto de 2014

POETAS E POESIAS NA GUERRA CIVIL ESPANHOLA: A DIALÉTICA ENTRE A ARTE E A GUERRA (1936 A 1939).



A Espanha saiu desta triste guerra praticamente destruída; no entanto, o povo espanhol e mais milhares de pessoas ao redor do mundo estavam lá para lutar por uma causa: a sua liberdade. O presente trabalho trata, pois, da importância da cultura durante os tempos da República Popular na Espanha e, por extensão, da indiscutível importância da poesia como ―cultura em arma‖. Chamada assim por ter um papel importante durante a guerra, serve-se, por sua vez, de apoio aos soldados, sendo difundidas através do engajamento dos artistas em defesa da República. Esta utilidade pública da poesia se baseava, portanto, na força, na ternura, na alegria e na essência verdadeira. Os poetas queriam fazer da poesia uma arma de luta do povo e, ao mesmo tempo, de lenço para secar o suor das suas grandes dores. Dessa maneira, será analisada a importância das poesias, mas como foco principal, aquelas que serviram como ―guerrilha poética‖. Desta forma, escolheu-se o período em que o governo popular Republicano, legalmente constituído no país, foi instaurado. Entretanto, logo foi ameaçado pelas forças do general Francisco Franco, iniciando, então, a Guerra Civil Espanhola. Tal guerra estendeu-se por 3 anos (1936 a 1939), que levou, ao final, Franco ao poder. Para responder ao questionamento acima apresentado, a presente pesquisa parte da hipótese de que devido à campanha de alfabetização, que ocorreu com a instauração da República, o povo toma consciência de que a poesia poderia ser um aliado fundamental no combate aos seus opositores — os fascistas. A poesia era fonte de inspiração e esperança dos soldados. Além disso, a Guerra Civil Espanhola exerceu um magnetismo nos poetas da época, e tais escritores passaram a ser os intérpretes dos sentimentos coletivos: o amor ao povo e o amor à Espanha eram as grandes fontes de inspiração para os poetas. 



Pablo Picasso
O artista espanhol Pablo Picasso (25/10/1881-8/4/1973) destacou-se em diversas áreas das artes plásticas: pintura, escultura, artes gráficas e cerâmica. Picasso
é considerado um dos mais importantes artistas plásticos do século XX.Nasceu na cidade espanhola de Málaga. Fez seus estudos na cidade de Barcelona, porém trabalhou, principalmente na França. Seu talento para o desenho e artes plásticas foi observado desde sua infância.Suas obras podem ser divididas em várias fases, de acordo com a valorização de certas cores. A fase Azul (1901-1904) foi o período onde predominou os tons de azul. Nesta fase, o artista dá uma atenção toda especial aos elementos marginalizados pela sociedade. Na Fase Rosa (1905-1907), predomina as cores rosa e vermelho, e suas obras ganham uma conotação lírica. Recebe influência do artista Cézanne e desenvolve o estilo artístico conhecido como cubismo. O marco inicial deste período é a obra Les Demoiselles d’Avignon (1907) , cuja característica principal é a decomposição da realidade humana.Em 1937, no auge da Guerra Civil Espanhola ( 1936-1939), pinta seu mural mais conhecido: Guernica. Esta obra já pertence ao expressionismo e mostra a violência e o massacre sofridos pela população da cidade de Guernica.
Na década de 1940, volta ao passado e pinta diversos quadros retomando as temáticas do início de sua carreira. Neste período, passa a dedicar-se a outras áreas das artes plásticas: escultura, gravação e cerâmica. Já na década de 1960, começa a pintar obras de artes de outros artistas famosos: O Almoço Sobre a Relva de Manet e As Meninas do artista plástico Velázquez, são exemplos deste período.Já com 87 anos, Picasso realiza diversas gravuras, retomando momentos da juventude.Nesta última fase de sua vida, aborda as seguintes temáticas: a alegria do circo, o teatro, as tradicionais touradas e muitas passagens marcadas pelo erotismo. Morreu em 1973 numa região perto de Cannes, na França.
GUERNICA



Guernica é um painel pintado por Pablo Picasso em 1937 por ocasião da Exposição Internacional de Paris. Foi exposto no pavilhão da República Espanhola. Medindo 350 por 782 cm, esta tela pintada a óleo é normalmente tratada como representativa do bombardeio sofrido pela cidade espanhola de Guernica em 26 de abril de 1937 por aviões alemães, apoiando o ditador Francisco Franco. Actualmente está no Centro Nacional de Arte Rainha Sofia, em Madrid.

Frases de Picasso
“Paul Cézenne é o pai de todos nós”.
“Não se pode criar nada sem a solidão”.
“Não se consegue convencer um rato de que um gato pode trazer boa
sorte”.
“A inspiração existe, porém temos que encontrá-la trabalhando.”
“A qualidade de um pintor depende da quantidade de passado que traz
consigo.”
Federico Garcia Lorca
Federico García Lorca (Fuente Vaqueros, 5 de junho de 1898 — Granada, 19 de agosto de 1936)foi um poeta e dramaturgo espanhol, e uma das primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola.
Biografia
Nascido numa pequena localidade da Andaluzia, García Lorca ingressou na faculdade de Direito de Granada em 1914, e cinco anos depois transfere-se para Madri, onde ficou amigo de artistas como Luis Buñuel e Salvador Dali e publicou seus primeiros poemas.
Grande parte dos seus primeiros trabalhos se baseiam em temas relativos à Andaluzia (Impressões e Paisagens, 1918), à música e ao folclore regionais (Poemas do Canto Fundo, 1921-1922) e aos ciganos (Romancero Gitano, 1928)
Concluído o curso, foi para os Estados Unidos da América e para Cuba, período de seus poemas surrealistas, manifestando seu desprezo pelo modus vivendi estadunidense. Expressou seu horror com a brutalidade da civilização mecanizada nas chocantes imagens de Poeta em Nova Iorque, publicado em 1940.
Voltando à Espanha, criou um grupo de teatro chamado La Barraca. Não ocultava suas idéias socialistas e, com fortes tendências homossexuais, foi certamente um dos alvos mais visados pelo conservadorismo espanhol que, sob forte influência católica, ensaiava a tomada do poder, dando início a uma das mais sangrentas guerras fratricidas do século XX.
Intimidado, Lorca retornou para Granada, na Andaluzia, na esperança de encontrar um refúgio. Ali, porém, teve sua prisão determinada por um deputado católico, sob o argumento (que tornou-se célebre) de que ele seria “mais perigoso com a caneta do que outros com o revólver”.
Assim, num dia de agosto de 1936, sem julgamento, o grande poeta foi executado com um tiro na nuca pelos nacionalistas, e seu corpo foi jogado num ponto da Serra Nevada. A caneta se calava, mas a Poesia nascia para a eternidade – e o crime teve repercussão em todo o mundo, despertando por todas as partes um sentimento de que o que ocorria na Espanha dizia respeito a todo o planeta… foi um prenúncio da Segunda Guerra Mundial.
Exílio na morte
Casa de Lorca em Fuente Vaqueros.Assim como muitos artistas – e a obra Guernica, de Pablo Picasso -, durante o longo regime ditatorial do Generalíssimo Franco, suas obras foram consideradas clandestinas na Espanha.
Com o fim do regime, e a volta do país à democracia, finalmente sua terra natal veio a render-lhe homenagens, sendo hoje considerado o maior autor espanhol desde Miguel de Cervantes
Lorca tornou-se o mais notável numa constelação de poetas surgidos durante a guerra, conhecida como “geração de 27″, alinhando-se entre os maiores poetas do século XX. Foi ainda um excelente pintor, compositor precoce e pianista. Sua música se reflete no ritmo e sonoridade de sua obra poética. Como dramaturgo, Lorca fez incursões no drama histórico e na farsa antes de obter sucesso com a tragédia. As três tragédias rurais passadas na Andaluzia, Bodas de Sangue (1933), Yerma (1934) e A Casa de Bernarda Alba (1936) asseguraram sua posição como grande dramaturgo.
Bibliografia
Em sua curta existência, García Lorca deixou importantes obras-primas da literatura, muitas delas publicadas postumamente, dentre as quais:
Poesia
Livro de Poemas – 1921
Ode a Salvador Dalí – 1926.
Canciones (1921-24) – 1927.
Romancero gitano (1924-27) – 1928.
Poema del cante jondo (1921-22) – 1931.
Ode a Walt Whitman – 1933.
Canto a Ignacio Sánchez Mejías – 1935.
Seis poemas galegos – 1935.
Primeiras canções (1922) – 1936.
Poeta em Nueva York (1929-30) – 1940.
Divã do Tamarit – 1940.
Sonetos del Amor Oscuro – 1936
Prosa
Impressões e Paisagens – 1918
Desenhos (publicados em Madri) – 1949
Cartas aos Amigos – 1950
Teatro
Assim que passarem cinco anos – Lenda do tempo – 1931.
Retábulo de Don Cristóvão e D.Rosita – 1931.
Amores de Dom Perlimplim e Belisa em seu jardim” – 1926.
Mariana Piñeda – 1925.
Dona Rosinha, a solteira – 1927.
Bodas de Sangue (Trilogia) – 1933.
Yerma (Trilogia) – 1934.
A Casa de Bernarda Alba (Trilogia) – 1936.
Quimera – 1930. El Publico – 1936
Manuel Bandeira
Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu no dia 19 de abril de 1886, em Recife, filho de Manuel Carneiro de Souza Bandeira e Francelina Ribeiro de Souza Bandeira. Em 1903 a família se mudou para São Paulo onde Bandeira se matriculou na Escola Politécnica. Começa ainda a trabalhar nos escritórios da Estrada de Ferro Sorocabana, da qual seu pai era funcionário. No ano seguinte abandonou a faculdade por ter contraído tuberculose. Passou doente toda vida, apesar das várias estadas em clínicas brasileiras e até na Suíça.Escreveu seus primeiros versos livres em 1912. Em 1917 publicou seu primeiro livro, “A cinza das horas”, numa edição de 200 exemplares custeada pelo autor, e foi com o seu segundo livro, “Carnaval” que despertou o entusiasmo entre os modernistas paulistas.
Em 1940 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras e em 1943 foi nomeado professor de literatura hispano-americana da Faculdade Nacional de Filosofia. A pedido de amigos, apenas para compor a chapa, candidatou-se a deputado pelo Partido Socialista Brasileiro, em 1950, sabendo que não teria quaisquer chances de eleger-se. Comemorou 80 anos,em 1966, recebendo muitas homenagens. A Editora José Olympio realizou em sua sede uma festa de que participaram mais de mil pessoas e na qual foi lançado Estrela da Vida Inteira, sua antologia de poemas. Manuel Bandeira faleceu no dia 13 de outubro de 1968.

Manuel Bandeira – Verso a Frederico Garcia Lorca
Verso a Frederico Garcia Lorca
Sobre teu corpo, que há dez anos
se vem transfundindo em cravos
de rubra cor espanhola,
aqui estou para depositar
vergonha e lágrimas.
Vergonha de há tanto tempo
viveres — se morte é vida —
sob chão onde esporas tinem
e calcam a mais fina grama
e o pensamento mais fino
de amor, de justiça e paz.
Lágrimas de noturno orvalho,
não de mágoa desiludida,
lágrimas que tão-só destilam
desejo e ânsia e certeza
de que o dia amanhecerá.
(Amanhecerá.)
Esse claro dia espanhol,
composto na treva de hoje
sobre teu túmulo há de abrir-se,
mostrando gloriosamente
— ao canto multiplicado
de guitarra, gitano e galo —
que para sempre viverão
os poetas martirizados.
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira (MG), 1902 e faleceu no Rio de Janeiro em 1987. Realizou os primeiros estudos em Itabira, Belo Horizonte e Nova Friburgo, formando-se em farmácia, em 1925. Sem interesse pela profissão de farmacêutico, lecionou Geografia e português, dedicando-se também ao jornalismo, atividade que encerrou em 1985. Em 1928, ingressou no funcionarismo público, tendo exercido, entre outros cargos, a chefia de gabinete do ministro da Educação Gustavo Capanema. Apesar de inúmeros convites, nunca se candidatou a uma vaga na Academia Brasileira de Letras. Morreu no Rio de Janeiro, Onde residia desde 1933.
Obras
Poesia: Alguma poesia (1930); Brejo das almas (1934); Sentimento do mundo (1940); Poesias (1942); A rosa do povo (1945); Viola de bolso (1952); Fazendeiro do ar e poesia até agora (1953); Viola de bolso novamente encordoada (1955); Poemas (1959); A vida passada a limpo (1959); Lição de coisas (1962); Versiprosa (1967); Boitempo (1968); Menino antigo (1973); As impurezas do branco (1973); Discurso de primavera e algumas sombras (1978); A paixão medida (1980); Corpo (1984).
Prosa: Confissões de Minas (1944); Contos de aprendiz (1951); Passeios na ilha (1952); Fala, amendoeira (1957); A bolsa e a vida (1962); Cadeira de balanço (1966); Caminhos de João Brandão (1970); O poder ultrajovem (1972); De notícias & não-notícias faz-se a crônica (1974); 70 historinhas (1978); Boca de luar (1984).
Características da Obra
Drummond é sem dúvida, o maior poeta brasileiro contemporâneo. Sua estréia deu-se em 1930, com Alguma poesia. De maneira geral, os poemas desse livro procuram retratar a vida à sua volta. O poeta, livre de preconceitos literários anteriores, procura “trabalhar a realidade com as mãos puras”; fala-nos de cenas do cotidiano, de paisagens, de lembranças, fotografando a realidade, retratando a “vida besta”.Por outro lado, o poeta manifesta o seu pessimismo e a sua personalidade reservada, tímida, desconfiada, de um poeta que nasceu “para ser um gauche na vida”; outras vezes, deixa transparecer uma fina ironia e humor, utilizando-se também do poema-piada, herança dos modernistas da primeira fase. Em Brejo das almas (1934), o poeta evolui, abandonando o descritivismo, e acentua o humor de seus versos. Drummond interioriza-se, manifestando um sentimento de decepção e amargura, de falta de sentimento da existência ou de solução para o destino. Além disso, acentua a temática amorosa, num lirismo contido por vezes irônico.
Relação de Drummond e a Guerra civil Espanhola
Drummond fez umas traduções de poemas espanhóis em plena Ditadura Vargas. Ou seja, ele estava falando da Espanha, mas também estava falando do Brasil.Carlos Drummond de Andrade arrisca poemas narrativos e participativos, como na sua fase mais vermelha, de A ROSA DO POVO. De repente, algo da ROSA DO POVO vem dessas traduções da poesia espanhola da guerra civil.

Carlos Drummond de Andrade – Notícias de Espanha
Notícias de Espanha
Aos navios que regressam
marcados de negra viagem,
aos homens que neles voltam
com cicatrizes no corpo
ou de corpo mutilado,
peço notícias de Espanha.
Às caixas de ferro e vidro,
às ricas mercadorias,
ao cheiro de mofo e peixe,
às pranchas sempre varridas
de uma água sempre irritada,
peço notícias de Espanha.
Às gaivotas que deixaram
pelo ar um risco de gula,
ao sal e ao rumor das conchas,
à espuma fervendo fria,
aos mil objetos do mar,
peço notícias de Espanha.
Ninguém as dá. O silêncio
sobe mil braças e fecha-se
entre as substâncias mais duras.
Hirto silêncio de muro,
de pano abafando boca,
de pedra esmagando ramos,
é seco e sujo silêncio
em que se escuta vazar
como no fundo da mina
um caldo grosso e vermelho.
Não há notícias de Espanha.
Ah, se eu tivesse navio!
Ah, se eu soubesse voar!
Mas tenho apenas meu canto,
e que vale um canto? O poeta,
imóvel dentro do verso,
cansado de vã pergunta,
farto de contemplação,
quisera fazer do poema
não uma flor: uma bomba
e com essa bomba romper
o muro que envolve Espanha.
Salvador Dalí foi um importante pintor catalão, conhecido pelo seu trabalho surrealista. Os quadros de Dalí chamam a atenção pela incrível combinação de imagens bizarras, como nos sonhos, com excelente qualidade plástica.Dalí foi influenciado pelos mestres da Renascença e foi um artista com grande talento e imaginação. Era conhecido por fazer coisas extravagantes para chamar a atenção, o que por vezes incomodava os seus críticos.Salvador Felipe Jacinto Dalí nasceu em Figueras, Catalunha, na Espanha, em 11 de maio de 1904. Na capital espanhola conheceu o cineasta Luis Buñuel e o poeta Federico GarcíaLorca.Em 1922, Dalí foi viver em Madri, onde estudou na Academia de Artes de San Fernando. Dalí foi expulso da Academia de Artes em 1926, depois de declarar que ninguém ali era suficientemente competente para avaliá-lo. Foi nesse mesmo ano que Dalí fez sua primeira viagem a Paris, onde se encontrou com Pablo Picasso.
Ainda em 1929, Dalí fez exposições importantes e juntou-se ao grupo surrealista no bairro parisiense de Montparnasse. Em 1934 Dalí e Gala, que já viviam juntos, casaram-se numa cerimônia civil.
Em 1939 os membros do grupo surrealista expulsaram Dalí por motivos políticos, já que o marxismo era a doutrina preferida no movimento e Dalí se declarava “anarco-monárquico”.Depois da II Guerra Mundial , Dalí e Gala mudaram-se para os Estados Unidos,onde viveram durande 8 anos.Em 1969 ,Dalí começou a trabalhar no Teatro-Museu Gala Savador Dalí em Figueres. Foi inaugurado em 1974.O casal teve uma filha chamada Cecile EluardBoaretto.Gala morreu 1982. Dalí ficou profundamente triste e desorientado, perdendo a vontade de viver.Morreu de pneumonia em 1989 e foi enterrado no Museu perto das casas de banho.
Canibalismo de Outono – 1936
Canibalismo de Outono é a resposta de Dalí ao início da Guerra Civil Espanhola: um quadro em que um homem e uma mulher trincham as carnes um do outro. Os canibais não estão lutando, mas se abraçando e beijando; as formigas (em Dalí, símbolo da decadência) estão atrás, e a gaveta aberta de penteadeira (outra imagem comum em Dalí) sugere a presença de uma mente inconsciente, uma caixa de Pandora de desejos e impulsos inaceitáveis. (Nathaniel Harris em Vida e Obra de Dalí)
Premonição da Guerra Cívil Espanhola
Premonição da Guerra Civil Espanhola
O quadro Premonição da Guerra civil, de Salvador Dalí, é utilizado como meio para mostrar os dois pólos da Guerra , de satisfação total e de mutilação, destruição absoluta.
Dalí era publicamente contra a guerra, achava-a desnecessária e terrível, e utilizou esta pintura como meio para demonstrar isso. A guerra era, segundo ele, o resultado de diferenças entre homens com ambições assustadoramente bestiais, desmedidas. “A premonição da guerra civil”, de Dalí, baseia-se em dolorosos pensamentos de saudade, de morte, de consciência que a vida.
O pequeno homem á esquerda, parado sobre a pesada mão. Este simboliza Anneke e Nikki van Lugo, amigos de infância de Dalí, que tiveram um importante papel na formação da personalidade do pequeno Salvador.
Os feijões cozidos podem significar as antigas oferendas catalãs aos deuses. Podem também significar a fome, a ausência de alimento durante a guerra civil espanhola. Provocando assim um significado ainda mais profundo acerca da morte e da vida
Flávio de Carvalho
Flávio Resende de Carvalho nasceu no dia 10 de agosto de 1899 na cidade de Amparo da Barra Mansa, Rio de Janeiro, filho de Raul e Ofélia de Carvalho. Mudou-se para São Paulo com a família em 1900, começou seus estudos na Escola americana, na rua Itambé em 1908 e logo em 1911 vai para Paris como aluno interno do Lycée Janson de Sailly.
No ano de 1934 participa do I Salão Paulista de Belas Artes, com 5 telas, três aquarelas, cinco desenhos e uma obra de arte aplicada, no mesmo ano fez sua 1ª exposição individual, a mostra foi fechada pela polícia e reaberta por ordem judicial, 15 dias depois.
No ano de 1937 participa do I Salão de Maio com três óleos, duas aquarelas e dois desenhos, nos próximos dois anos também participou do Salão de Maio.
Em 1956, realiza em São Paulo o evento Experiência Nº 3, que consiste numa passeata no Viaduto do Chá, em que o artista veste saiote e blusa de mangas curtas e folgadas, conjunto denominado Traje Tropical. Em 1968, realiza o Monumento a García Lorca, destruído por um grupo armado em 1969. O monumento foi reerguido e encontra-se na Praça das Guianas, em São Paulo.O artista Flávio de Carvalho veio a falecer em 4 de junho de 1973 e O Bailado do Deus Morto, programado para o dia 23 de junho, não chega a estrear
Lygia Fagundes Telles
Lygia Fagundes Telles, advogada, contista e romancista, nasceu em São Paulo, SP, em 19 de abril de 1923. Eleita em 24 de outubrode1985 para a Cadeira n. 16, sucedendo a Pedro Calmon, foi recebida em 12 de maio de 1987, pelo acadêmico Eduardo Portella.
Começou a escrever contos ainda adolescente. Estava na Faculdade quando seu livro Praia viva foi publicado em 1944. Em 1949, seu volume de contos O cacto vermelho recebeu o Prêmio Afonso Arinos da Academia Brasileira de Letras. Mais tarde, porém, a autora rejeitou seus primeiros escritos, por considerá-los imaturos e precipitados.
Pela sua obra literária recebeu diversos prêmios: Prêmio Afonso Arinos da Academia Brasileira de Letras (1949); Prêmio do Instituto Nacional do Livro (1958); Prêmio Boa Leitura (1964); Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro (1965); Prêmio do I Concurso Nacional de Contos do Governo do Paraná (1968); Prêmio Guimarães Rosa da Fundepar (1972); Prêmio Coelho Neto da Academia Brasileira de Letras (1973); Prêmio Ficção, da Associação Paulista dos Críticos de Arte (1974 e 1980); Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro (1974); Prêmio do Pen Clube do Brasil (1977); Prêmio II Bienal Nestlé de Literatura Brasileira Contos (1984), e Prêmio Pedro Nava, o Melhor Livro do Ano (1989).
Obras
Ciranda de pedra, romance (1954); Histórias do desencontro, contos (1958); Verão no aquário, romance (1963); Histórias escolhidas, contos (1964); O jardim selvagem, contos (1965); Antes do baile verde, contos (1970); Seminário dos ratos, contos (1977); Filhos pródigos, contos (1978); A disciplina do amor, fragmentos (1980); Mistérios, contos (1981); As horas nuas, romance (1989); A estrutura da bolha de sabão, contos (1991); A noite escura e mais eu, contos (1995). De sua obra foi publicada a Seleta, organização, prefácio e notas da professora Nelly Novaes Coelho (1971) e Os melhores contos de Lygia Fagundes Telles, seleção e prefácio de Eduardo Portella (1984); Oito contos de amor (1996).

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